Esfrie a Cuca: NX Zero mantém fórmula do sucesso em “Sete Chaves”

Não se pode dizer que o NX Zero tenha promovido uma revolução musical em seu novo álbum, recém-lançado. Longe disso. Mas é preciso ressaltar uma notável evolução da banda paulistana, um dos grandes destaques da nova geração do rock nacional. Também vale reconhecer que Di Ferrero (vocal), Gee Rocha (guitarra e vocal), Fi Ricardo (guitarra), Caco Grandino (baixo) e Dani We-ksler (bateria) procuraram inovar seu som, incorporando novos elementos a várias das 14 faixas de “Sete Chaves”, quarto CD do grupo, o terceiro pela Arsenal.

De qualquer modo, os fãs podem ficar tranquilos. O NX traz neste trabalho aquilo a que seu público fiel está acostumado: músicas mais pesadas se revezando com baladonas, guitarras em evidência, o vocal gritado de Di e as letras calcadas em sentimentos e relacionamentos. Um bom disco, afinal, que teve participação ativa de Rick Bonadio, produtor dos maiores sucessos recentes da indústria fonográfica nacional.

Sobre “Sete Chaves”, Gee deu a seguinte entrevista.

Que evolução você vê neste disco em relação ao anterior?
Evoluímos musicalmente. Quisemos evoluir no nosso som, mudamos o jeito de tocar. Fizemos músicas mais pesadas, colocamos um funk em uma faixa, coisa que nunca tínhamos feito. São elementos que enriquecem o novo disco. Foi o disco mais legal que fizemos até hoje, até porque a participação do Rick foi muito maior do que nos outros. Ele estava muito a fim de mudar o jeito de a gente trabalhar e de fazer esse disco diferente dos outros.

As guitarras estão bem marcantes neste CD. Vocês realmente quiseram destacá-las?
Participei de todos os dias de gravação do disco. Lembro que o Daniel testava vários tipos de caixa, o Caco levou uns cinco baixos, eu e o Fi levamos várias guitarras diferentes. Em todos os instrumentos rolou esse lance de testar.

Os fãs normalmente esperam mais do mesmo, ou seja, que o som da banda não mude demais. Vocês levaram isso em conta na gravação deste disco?
Se a gente quisesse mudar o estilo do NX Zero, cada um montava outra banda. Cada disco é um disco. Neste, sentimos que cada um deu seu máximo. Houve di-as em que eu não conseguia dormir porque queria terminar uma música. Trouxe músicas pra gravar aos 45 do segundo tempo, músicas boas, candidatas a tocar na rádio. Mas a gente sempre fica inseguro sobre o que os fãs vão achar. Aí vimos os comentários na internet e foram os melhores de todos os nossos discos. Todo mundo gostou, disseram que lembra um pouco a época em que éramos underground.

Falando em underground, tem um trecho de uma música deste disco que diz “o que nunca esqueci é de onde eu vim”. Vocês ainda trazem essa raiz com vocês?
Muito. Estamos no terceiro disco com a gravadora e ainda não nos acostumamos. A gente dá o maior valor para o que vivemos e só nós sabemos como foi difícil. Sempre que damos entrevistas, lembramos disso pra passar essa energia. Tocamos desde os 15 anos, temos uma história longa, e não só nestes últimos três anos.

Recentemente, vocês tocaram no Primavera Festival da EPTV em Americana, que teve também outras bandas famosas de vários estilos. Como vocês se sentem nesse meio?
Acho que conseguimos nosso espaço, o que é muito difícil. É muito bom dividir o palco com outras bandas, de estilos diferentes. Aprendemos a conhecer melhor o Brasil, a valorizar as bandas consagradas.

Antes o público era mais segmentado, cada um no seu estilo. Hoje vo-cê acredita que entre os fãs do NX Zero existam também aqueles que curtem axé, pagode ou sertanejo, por exemplo?
Bastante. Tem o público que só gosta do nosso estilo, mas tem também a galera que gosta de tudo o que é popular. É muito louco. Fui um moleque que só gostava de rock, mas hoje em dia isso é mais difícil, porque tem muita informação. Quem quiser ouvir nosso som, vai ser muito bem-vindo.

Como tem sido o dia a dia de vocês? Dá pra levar uma vida razoavelmente normal?
(Risos) Dá. Agora estamos trabalhando bastante no novo disco, então é difícil ter um tempo livre pra gente. Mas tem semanas em que a gente consegue ter mais tranquilidade.

O NX Zero é uma banda que tem bastante público e que já conquistou vários prêmios. O que falta pra vocês?
Sinceramente, não sei. Chegamos num estágio em que não somos mais novidade. Mas acho que tocar fora do Brasil seria um momento legal, de preferência em outra língua. A gente queria expandir. Mas posso te falar que estou bem feliz onde chegamos, só tenho a agradecer.

“Sete Chaves” acabou de sair do forno, mas vocês já têm algum novo projeto encaminhado?
Pensamos em um monte de coisas, talvez a gente lance um DVD. E já estão saindo músicas novas (Risos).

Quando vai rolar a turnê do disco novo?
Estamos adaptando as músicas novas ao show, tocando duas ou três no máximo, mas a galera está começando a pedir. Mas a turnê nova mesmo será lançada em São Paulo só em março, porque temos bastante show até o final do ano e em janeiro e fevereiro não rola muito por aqui. Depois disso, começaremos a turnê com todo o cenário novo.

Fonte: EPTV

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